Gabinete

gabinete

Lucia Koch  (Porto Alegre, 1966)
Gabinete
Porto Alegre: ed. da autora, 1999
[8] p.
7 x 9.5 cm.
livro sanfonado
edição em fotocópia colorida

A small accordian book of reproduced photographs of colored glass windows throwing a rainbow of light into an empty room. The eight photographs that comprise this book are taken from different angles of the room at varying times of the day, allowing for different light patterns to be projected into the room. The book is enclosed in a small, discrete yellow mailing envelope with label.

Nota: livro acondicionado em envelope pardo, com título impresso em etiqueta colada no envelope. Fotografias da instalação apresentada na Bienal do Mercosul.

Prima Facie

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John Baldessari (National City, EUA, 1931)
Prima Facie: Marilyn’s Dress. A Poem (in Four Parts).
Cologne: Walther König, 2006.
13 x 17 cm.
44 p.
ISBN : 3865600883

Mais do que qualquer outro artista de sua geração, John Baldessari explora a relação entre a ler e o ver, entre a linguagem e a imagem, culminando em sua série mais recente, Prima Facie. Em seu livro de artista, ele justapõe 16 cores e nomes dados por empresas americanas a suas cores corporativas: calma”, “céu” ou “deslizamento de lama”. A percepção afetiva dos respectivos valores sonoros e conteúdos linguísticos cria uma rede quase lírica de correspondências, continuando poeticamente a arte conceitual da década de 1970.

“A special edition with a print, signed and numbered, with the book in a box the is being published: 45 copies +5 a.p.” —

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More than any other artist of his generation, John Baldessari explores the relationship between reading and seeing, between language and image, culminating in his most recent work series Prima Facie. In his new artist’s book he juxtaposes 16 colour plates which American companies attribute to their corporate colors: “calm”, “heaven” or “mudslide”. The affective perception of the respective sound values and linguistic contents creates an almost lyrical web of correspondences, poetically continuing the strict concept art of the 1970s.

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La Carte de Tendre

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Bernard Villers
La Carte de Tendre
Rennes : Incertain Sens / Châteaugiron : FRAC Bretagne, 2009
Cartaz, 6 dobras
impressão em duas cores
28,5 x 12,2 cm (formato fechado), 57 x 73,2 cm (formato aberto)
ISBN. 2-914291-32-9

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Este livro de Bernard Villers tem o seu sentido definido pela dobra: O Mapa da Ternura. O diagrama que explica a sequência de dobras foi impresso no verso do mapa dobrado, e uma parte da edição deixa por conta de seus futuros leitores para dar-lhe a sua forma própria. “Tendre” ou Ternura é o nome de um país imaginado no século XVII; Mapa da Ternura é, portanto, uma representação topográfica e alegórica da vida amorosa, cuja primeira versão tem mais de 300 anos. A última, a de Bernard Villers, talvez seja uma nova interpretação de Et in Arcadia ego; vemos se cruzarem nele duas séries de pesquisas desenvolvidas pelo artista por mais de trinta anos, a construção de uma poética da dobra e o reencontro do espírito de seus primeiros livros de artista que prolongavam a prática da pintura no espaço do livro. O mapa propriamente dito imaginado por Bernard Villers é de fato marcado por um valor poético forte, mas puramente pictórico. Este livro pode ser lido como uma nova topografia da felicidade na pintura.

Ce livre de Bernard Villers affirme son sens par la forme même du pli : La Carte de Tendre. Le schéma qui explique l’ordre des plis est d’ailleurs imprimé à la dernière page de la carte pliée, et une partie du tirage laisse à ses futurs lecteurs le soin de lui conférer sa forme propre. « Tendre » est le nom d’un pays imaginé au XVIIe siècle ; la Carte de Tendre est donc une représentation topographique et allégorique de la vie amoureuse, dont la première version date d’il y a plus de 300 ans. La dernière, celle de Bernard Villers, est peut-être une nouvelle interprétation d’Et in Arcadia ego; on voit se croiser en elle deux séries de recherche développées par l’artiste depuis plus de trente ans, l’une construisant une poétique du pli, l’autre retrouvant l’esprit de ses premiers livres d’artiste qui prolongeaient la pratique picturale dans l’espace du livre. La carte proprement dite imaginée par Bernard Villers est en effet marquée d’une valeur poétique forte, mais purement picturale. Ce livre peut donc être lu comme une nouvelle topographie du bonheur en peinture.

http://bernardvillers.be/expositions/2009/la-carte-de-tendre/

Geometric Figures & Color

lewitt00103Sol LeWitt
Geometric Figures & Color
New York, NY : Harry N. Abrams, Incorporated, 1979
21 x 21 cm.
ISBN 0-8109-0953-7

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Um programa simples apresenta, desde a folha de rosto, um “círculo, quadrado, triângulo, retângulo, trapézio e paralelogramo em vermelho, amarelo e azul em vermelho, amarelo e azul.” Um bom exemplo da natureza sistemática de LeWitt encontrado em todas as suas obras.

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A simple program utilizing, from the colophon, a “circle, square, triangle, rectangle, trapezoid and parallelogram in red, yellow and blue on red, yellow and blue.” A very good example of LeWitt’s systematic progressive nature found in all his works.  lewitt00101

lewitt00102Imagem da contracapa do livro, que funciona como um sumário mostrando uma miniatura de cada página.

Escala de Cor das Coisas

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Letícia Lampert.
Escala de cor das coisas/The color scale of things
1ª edição
Porto Alegre : [Ed. do Autor], 2009.
1 v. : fots. color. ; 6 x 28 x 1,7 cm.; offset
português e inglês

Livro em formato de paleta de cores (pantone).
Encadernação tipo Pantone.
ISBN : 9788591005307

Inspirado no formato dos catálogos de padronização de cores, ‘Escala de Cor das Coisas’ é um livro de artista que traduz, revela e brinca com as relações entre cor, palavra e imagem. São 70 cores apresentadas através de fotografias dos elementos que utilizamos para denominar e referenciar as cores na linguagem popular. A primeira edição foi lançada em 2009, com 58 cores e uma tiragem de 1000 exemplares que está esgotada. Na segunda, lançada em 2014, houve um aumento para 70 cores e a publicação de um pôster promocional com todas as cores reunidas.

A cor palavra. A palavra fotografada. A cor tentando se explicar. Literalmente. Intangíveis, cores não passam de convenções, de conceitos abstratos. Não temos como avaliar se a noção de cor de cada um é exatamente igual. E, na tentativa de criar um denominador comum, nomes são dados a elas, nomes de coisas. Afinal é através destas coisas que vemos as cores. Mas as pessoas realmente se dão conta que o azul montanha tem este nome por que as montanhas, vistas ao longe, tem esta cor?

http://www.leticialampert.com.br/color/index.php

Color as a word. The photographed word. It is color trying to explain itself. Literally. Intangibles, colors are merely conventions, abstract concepts. We cannot tell if people see colors exactly in the same way. So, in an attempt to find a common denominator, names are given to colors, names of “things”. After all, it is through those “things” that we see colors. But do people realize that “mountain blue” has its name because of mountains that can be seen from afar?

By photographing those “things” that name colors,  we invite one to reflect, playfully, on both signs: visual and verbal. Also on the relation between real and imaginary, nature and convention. Photography allows us to play this game because it is an indexical sign, that is, it brings us the original referent to sight, the one that, in the ordinary use of words, turns into something as abstract as the color it refers to.

vimeo ] [ leticialampert ]
fonte

poster

Trapézios

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Rute Gusmão
Trapézios
Rio de Janeiro, 1982.
17 exemplares

Uma ética construtiva

Por vezes, tem‑se a sensação de que não se trata apenas de ocupar, com o trapézio, um lugar no espaço, questionar o equilíbrio. O trapézio ativa este espaço na sucessão de dobras, rupturas, projeções e deslocamentos, fazendo surgir o tempo. Tempo como ação, virtualidade pura. Uma linha quase invisível corta o trapézio ou se expande a partir dele. O olho do espectador percebe a linha e revela também o seu tempo.

Além das serigrafias e dos plásticos, Rute Gusmão vai expor três cadernos elaborados entre 1980 e 1981. Neles, discute seu próprio processo criador, cada escolha e seu momento, a eliminação de possibilidades quase infinitas. Num dos cadernos, “Treze escolhas arbitrárias”, Rute começa dizendo: primeira opção: construir. E prossegue: construir um retângulo, construir um retângulo preto, um retângulo preto no espaço branco do papel, e assim, sucessivamente. O último caderno não traz textos ou croquis, mas apenas a figura do trapézio que se desloca sobre o branco do papel, ameaçando fugir pelas bordas do papel, alcançar seu avesso. Ou seja, é o olho do espectador que refaz a cada instante o trapézio que ameaça escapar.

‑ Você mesma insere‑se numa tradição construtiva, a brasileira inclusive. O que tem a ver este partido construtivo com sua vida de todo o dia? Onde você esconde o seu caos, sua confusão? Não me parece ser aqui, neste apartamento tão silencioso e arrumado. Porque a construção é também uma ética, um comportamento, uma opção política. O que é construir para você?

Meu trabalho, sem deixar de ser construtivo, tem um lado irônico, ele também quer desarrumar as coisas, questionar o que está aí. Eu não estou satisfeita com o que estou vendo ao meu redor, eu percebo a contradição, o sufoco que é a vida de todo mundo. Agora, este é um lado difícil de comunicar em meu trabalho. Preciso um certo esforço para perceber.

Frederico Morais. Ironia e construção nos trapézios de Rute Gusmão. O Globo, 3/5/1982.

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Visite o site da artista Rute Gusmão

Disponível em PDF: http://issuu.com/amir_brito/docs/trapezios_rute_gusmao