Guto Lacaz (São Paulo, 1948)
Inveja
[São Paulo], 2007.
[16] p. : il. algumas color.
26 x 20 cm.
Notas de exposição
Exposição “O desenho como instrumento”, no período de 31 de maio a 06 de julho de 2014. Sesc Pompéia – São Paulo.
Rosângela Rennó
2005-510117385-5
Rio de Janeiro, 2010.
Em algum momento entre 02 de abril e 14 de julho de 2005, durante uma greve de funcionários da Fundação Biblioteca Nacional, 946 peças, entre elas 751 fotografias, foram furtadas da Sala Aloísio Magalhães, local conhecido como Divisão de Iconografia da FBN. Não havia sinal de arrombamento. Os autores do furto trabalharam com sutileza, escolhendo autores e temas, esvaziando álbuns, substituindo fotografias, para que o crime só fosse descoberto algum tempo depois. Passados quatro anos, com uma investigação criminal ainda em curso, apenas 101 dessas fotografias foram recuperadas, e todas elas foram encontradas mutiladas, pois os criminosos tentaram, de diversas maneiras, apagar as marcas de registro de patrimônio da FBN. O inquérito criminal de número 2005-510117385-5 ainda não foi concluído e os mentores do furto não foram punidos.
Alguns meses antes da greve e do furto, outro setor da FBN foi vítima de um golpe de outra natureza: do Laboratório de Fotografia e Digitalização da FBN foram furtados os principais discos rígidos dos computadores, nos quais vinham sendo arquivadas todas as reproduções digitais do acervo da Divisão de Iconografia. Da mesma maneira, nenhum vestígio foi deixado na cena do crime, os autores do furto não foram encontrados e ninguém foi punido. Os dois crimes nunca foram oficialmente relacionados.
Este livro, intitulado 2005-510117385-5, como o inquérito policial, contém as reproduções dos versos das 101 fotografias recuperadas, em tamanho real, ordenadas segundo a data de sua reinserção no acervo da Divisão de Iconografia da FBN.
texto da artista Rosangela Rennó, sobre o livro de artista publicado através do edital Arte e Patrimônio, do IPHAN.
Mais informações:
http://www.istoe.com.br/reportagens/54634_HISTORIA+EM+BRANCO
http://www.rosangelarenno.com.br
Corredores para abutres
Corredores para Abutres é uma série de 10 desenhos realizados originalmente a nanquim em 1982. O trabalho fez parte da exposição Arte Micro, coletiva organizada por Regina Silveira e Rafael França, que reuniu 32 artistas. A exposição passou pelo Brasil, EUA e Portugal. A primeira dessa série serviu de contraponto visual ao poema “IL M AGO DELL OM EGA” de Haroldo de Campos. Nesta série, as configurações dos corredores formados pelos vetores indicam que os abutres irão colidir ou farão voos suicidas.
Regina Silveira é artista plástica reconhecida internacionalmente, leciona na ECA-USP, expôs em diversas galerias no Brasil, na Europa e nos EUA.
Medidas: 19 x 18 cm
Páginas: 32
Edição: 1ª
Ano: 2003
(texto retirado do site da Ateliê Editorial)
Vera Chaves Barcellos
Da Capo
[Porto Alegre : Edição do Autor, 1979].
[7] f. : fotografias. p&b
12,5 x 34 cm.
Impressão em offset
130 exemplares numerados.
Exemplar 63/130.
http://www.verachaves.com/
Vera Chaves Barcellos
Momento Vital
[Porto Alegre : Ed. do Autor], 1979.
[32] f.
33 x 22 cm.
Fotocópia.
Tiragem ilimitada.
Exemplar 3.
imagem da série “Corpos Coletivos”
Alex Flemming
Corpo Coletivo
São Paulo, edição do artista, 2001
O artista Alex Flemming, radicado em Berlim, foi o primeiro a se prontificar e fazer a doação de dois livros de artista para a coleção especial da EBA/UFMG. Foram doados os livros “Sumaré”, de 1998, com edição de apenas 13 exemplares, e o “Corpos Coletivos”, com edição de 10 exemplares.
Rute Gusmão
Trapézios
Rio de Janeiro, 1982.
17 exemplares
Uma ética construtiva
Por vezes, tem‑se a sensação de que não se trata apenas de ocupar, com o trapézio, um lugar no espaço, questionar o equilíbrio. O trapézio ativa este espaço na sucessão de dobras, rupturas, projeções e deslocamentos, fazendo surgir o tempo. Tempo como ação, virtualidade pura. Uma linha quase invisível corta o trapézio ou se expande a partir dele. O olho do espectador percebe a linha e revela também o seu tempo.
Além das serigrafias e dos plásticos, Rute Gusmão vai expor três cadernos elaborados entre 1980 e 1981. Neles, discute seu próprio processo criador, cada escolha e seu momento, a eliminação de possibilidades quase infinitas. Num dos cadernos, “Treze escolhas arbitrárias”, Rute começa dizendo: primeira opção: construir. E prossegue: construir um retângulo, construir um retângulo preto, um retângulo preto no espaço branco do papel, e assim, sucessivamente. O último caderno não traz textos ou croquis, mas apenas a figura do trapézio que se desloca sobre o branco do papel, ameaçando fugir pelas bordas do papel, alcançar seu avesso. Ou seja, é o olho do espectador que refaz a cada instante o trapézio que ameaça escapar.
‑ Você mesma insere‑se numa tradição construtiva, a brasileira inclusive. O que tem a ver este partido construtivo com sua vida de todo o dia? Onde você esconde o seu caos, sua confusão? Não me parece ser aqui, neste apartamento tão silencioso e arrumado. Porque a construção é também uma ética, um comportamento, uma opção política. O que é construir para você?
Meu trabalho, sem deixar de ser construtivo, tem um lado irônico, ele também quer desarrumar as coisas, questionar o que está aí. Eu não estou satisfeita com o que estou vendo ao meu redor, eu percebo a contradição, o sufoco que é a vida de todo mundo. Agora, este é um lado difícil de comunicar em meu trabalho. Preciso um certo esforço para perceber.
Frederico Morais. Ironia e construção nos trapézios de Rute Gusmão. O Globo, 3/5/1982.
Visite o site da artista Rute Gusmão
Disponível em PDF: http://issuu.com/amir_brito/docs/trapezios_rute_gusmao
Waltercio Caldas
Manual da Ciência Popular
Rio de Janeiro, Funarte, 1982
Coleção Arte Brasileira Contemporânea (ABC Funarte)
A conquista da liberdade
Por Fernanda Lopes
[Publicado originalmente na Gazeta Mercantil, 31/10/2008]
Foi sua geração, não só de artistas mas de críticos, que começou a pensar questões como o sistema de arte no Brasil e como se colocar em relação a ele.
De certa maneira, continuamos construindo isso. Mudaram-se os problemas, mas eles não são menos graves. Novos problemas aconteceram, novas situações, novos desequilibrios entraram em jogo. Ao mesmo tempo, alguns problemas permanecem. Essa questão não pára. É dinâmica. Meu livro Manual da Ciência Popular (CosacNaify, 2008), publicado originalmente nos anos 80 e reeditado este ano, trata de questões, como a reprodução, que mantém uma pertinência ainda hoje bastante interessante. Ele fala, por exemplo, de como as obras de arte se transformaram em reproduções fotográficas. Não são trabalhos, mas reportagens sobre o trabalho. Talvez o Manual contribua com essa situação com um sorriso muito sarcástico. Porque como disse [o crítico] Ronaldo Brito na época, ele não é um manual, não é ciência e não é popular. (risos)
Os livros sempre fizeram parte da obra de Waltercio Caldas, um dos artistas plásticos brasileiros com maior reconhecimento mundial. Manual da ciência popular, agora em nova edição, revista e ampliada, reafirma sua atualidade e importância, 25 anos depois de sua primeira publicação pela Funarte, em 1982, incluindo trabalhos que não entraram na primeira tiragem.
Ao entrelaçar obra de arte e fotografia, o livro transita entre uma linguagem e outra, fazendo com que vários objetos do cotidiano apresentem camadas de significados estéticos que perpassam a poética do artista. Os textos que acompanham as imagens estabelecem uma contínua circularidade entre si, num registro reflexivo com boa dose de ironia e muito humor.
Leia também texto de Glória Ferreira sobre o Manual da Ciência Popular.
Walmor Corrêa (Florianópolis/SC, 1962)
Unheimlich: imaginário popular brasileiro
Porto Alegre:[Ed. do Autor], 2006.
[25]p.: il. color.
29,5 x 19,5 x 1,3 cm.
Impressão em offset
500 ex.
Texto em português com tradução paralela em inglês.
fotos Christian Carvalho; tradução Max Pereira.
[fonte das imagens]
O livro participou da exposição “O desenho como instrumento”, no período de 31 de maio a 06 de julho de 2014. Sesc Pompeia – São Paulo.
http://www.walmorcorrea.com.br/
Ondina. Acrílica e Grafite sobre tela, 2005
http://www.walmorcorrea.com.br