Você se lembra da Escada da Felicidade?

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Marcelo Silveira e Cristina Huggins
Você se lembra da Escada da Felicidade?
[Recife], 2013
21,5 x 30 cm
Folhas soltas

A Escada da Felicidade, composta de 365 degraus, ao longo de 4 km, foi construída em 1953 na cidade de Gravatá – situada na fronteira entre a Zona da Mata e o Agreste pernambucano. Naquela época o elemento arquitetônico assumiu uma grande importância, pois servia de acesso ao mirante da cidade.

Ao longo do tempo, entretanto, o crescimento do município, a construção de outras vias e a modificação do entorno foram gradualmente furtando da escada o ambiente de prosas, encontros e amores, que outrora pertencia à construção.

Com o propósito de recuperar o valor subjetivo dessa edificação, evocar a memória afetiva do habitante local e provocar uma reflexão a respeito desse patrimônio e o seu destino frente ao tempo, o artista plástico Marcelo Silveira e Cristina Huggins, especialista em linguística, elaboraram o projeto intitulado “Você se lembra da Escada da Felicidade?”

O projeto, inscrito no Concurso Prêmio Honra ao Mérito Arte e Patrimônio 2013, foi agraciado com esse reconhecimento, conferido pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – IPHAN.

http://www.acervodocastanha.com.br/logo-mais-vou-escrever-sobre-politica-e-por-que-nao/
https://blogs.ne10.uol.com.br/social1/2014/05/07/marcelo-silveira-expoe-novo-projeto-rio-de-janeiro/

Edifício Cosmos

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Mayana Redin
Edifício Cosmos
São Paulo, 2015
13 x 21cm
296 p.

Livro contendo fotografias dos 125 edifícios cósmicos encontrados em São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte e textos de autores convidados.

Projeto gráfico: Alice Chaves e Bianca Muto.
Com textos de Marcos Visnadi, Marina Fraga, Milton Machado, Mayra Martins Redin, Rafael Barcellos Santos

Fotografias de Mayana Redin
Com colaboração de Guilherme Marinho e Bianca Muto

Todos os edifícios que perdi

Mayana Redin

Edifício Cosmos é um inventário que reúne 125 imagens de letreiros de edifícios situados em três cidades (Rio de Janeiro, Belo Horizonte e São Paulo), que se unem através de uma característica em comum: possuírem nomes cósmicos. A publicação ainda é ampliada por um conjunto de cinco textos de artistas, arquitetos e escritores convidados, que se puseram a conversar com o enredo do trabalho de maneira livre e experimental, engrandecendo esse livro.

Nem todos os edifícios cósmicos existentes nessas cidades foram encontrados, catalogados ou vistos. Por isto, esse livro também se refere a todos os edifícios que perdi, aos planetas que ficaram para trás, aos astros nos quais ainda vou tropeçar, desastradamente, ao andar pelas cidades. Eu sabia que com muito mais tempo conseguiria encontrar todos os prédios e chegaria ao fim do universo urbano, porque uma hora essa cidade cósmica acaba. Todo o esforço feito para encontrar tais edifícios se tornava um misto de jogo inútil absurdo com tarefa seríssima, que me fez perceber que se tratava de um ato de colecionismo – essa prática de formar agrupamentos entre as coisas. Me pareceu razoável perder alguns edifícios como uma espécie de cumplicidade às milhões de estrelas, novos planetas e galáxias inteiras que não entram em nossas coleções de constelações.

Mas, afinal, esse livro não é somente sobre os edifícios que achei e que perdi. É também sobre a cidade onde estão os edifícios. Porém, esse livro não é mais sobre a cidade onde eles estão do que sobre o cosmos ao qual eles se referem em seus nomes. No fundo, esse livro não é sobre o cosmos.

Esse livro é, definitivamente, sobre nomes de edifícios que são dados por pessoas que inventam o universo, as cidades, os edifícios e os tais nomes. Qual ideia mais digna do homem do que a de ter denominado aquilo que ele não conhece?, pergunta Paul Valéry. E eu me pergunto: de quem foi a idéia genial de chamar um edifício de Cosmos e por que é que eu não encontro o Edifício Asteróide, o Edifício Buraco Negro e o Edifício Challenger para a minha coleção? De quais utopias se alimentam os moradores das suítes do Edifício New World e qual é a metragem do quarto de empregada do Edifício Status III? Eram as mulheres sem sobrenome dos edifícios Célia, Norma e Carmen, esposas ou mães dos notáveis homens dos edifícios Ministro Rocha Azevedo, Marquês de Abrantes e Senador Vergueiro? De que maneira teria sido negociada a posse dos terrenos onde hoje estão construídos os imponentes edifícios Tamoios, Tupinambás e Tupiniquins? Dormem em beliches os moradores do Edifício Biblioteca? Paul Valéry seria um “astro” no Edifício Paul Valéry? O que se passou na vida do sujeito que batizou o Edifício Alone? (…)

Ao mesmo tempo cansativa e instigante, a tarefa de perseguir os nomes de edifícios me levava a uma espécie de delírio da ficção. Trocava, então,  carros por naves, prédios por planetas, ruas por via-láctea, viagem por missão espacial, cidade por cosmos, etc. A curiosidade pelo trabalho aumentava e assim, do Rio de Janeiro fui para Belo Horizonte e, por fim, São Paulo. As rotas definidas pelos edifícios cósmicos me fizeram percorrer as cidades de automóvel e a pé, por trajetos peculiares que imagino que somente taxistas, motoboys e andarilhos têm a sorte de fazer.

Estive em quase todos os endereços desses mapas.

É possível entender o indivíduo, a cidade, o mundo, o universo de várias maneiras.

Rio de Janeiro, junho de 2015.

Texto de apresentação do livro Edifício Cosmos.

http://cargocollective.com/biancamuto/Ed-Cosmos-by-Mayana-Redin https://fotoscontamfatos.wordpress.com/
http://mayanaredin.blogspot.com/

Petit Guide EXOTICA

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Anne et Patrick Poirier
Petit Guide EXOTICA
Rennes, Éditions Incertain Sens/FRAC Bretagne, 2008.
Offset
[88 p]
14 x 20 cm.
ISBN 2-914291-28-0

“Publicado na forma de um pequeno guia, este livro de artista é feito de acordo com o modelo de um guia turístico que conduz o visitante a um passeio por imagens de um sítio arqueológico por meio de um texto, impresso no livro, mas também lido por uma anfitriã e gravado em um CD de áudio, anexado ao livro. O texto é mantido em uma poética de objetividade e demonstração que não deixa espaço para dúvidas e reflexões. Exótica, um pequeno guia, retrata em fotos uma cidade que caiu em ruínas, depois preservada como patrimônio e visitada por nós, ocidentais, assim como visitamos locais de outras civilizações extintas. A diferença é que esta cidade se parece estranhamente com nossas cidades atuais, e o texto adota uma perspectiva do “futuro anterior”: a cidade de Exotica viveu seu apogeu em meados do século XXI”.

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Publié sous la forme du Petit guide Exotica, ce livre d’artiste est fait selon le modèle d’un guide touristique qui à l’aide d’un texte, imprimé dans le livre mais aussi lu par une hôtesse et enregistré sur un CD audio joint au livre, conduit le visiteur à travers les images d’un site archéologique. Le texte est maintenu dans une poétique d’objectivité et de démonstration qui ne laisse aucune place au doute et à la réflexion. Petit guide Exotica, représente en photos une ville tombée en ruine, puis conservée comme patrimoine et visitée comme nous, les occidentaux, visitons des sites d’autres civilisations disparues. Seulement cette ville ressemble étrangement à nos villes d’aujourd’hui, et le texte adopte une perspective du « futur antérieur » : la ville d’Exotica a vécu son apogée au milieu du XXIe siècle.

https://www.sites.univ-rennes2.fr/arts-pratiques-poetiques/incertain-sens/fiche_poirier_exotica.htm

Plus c’est facile, plus c’est beau : prolégomènes à la plus belle exposition du monde

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Éric Watier
Plus c’est facile, plus c’est beau : prolégomènes à la plus belle exposition du monde
Rennes, Éditions Incertain Sens, 2015.
90 p.
19 x 13,4 cm.
isbn 978-2-914291-71-2
1000 ex. 

”Quanto mais fácil é, mais bonito é: Prolegômenos para a exposição mais bonita do mundo vem na forma de 89 propostas curtas, à taxa de uma por página. Cada um é construído sobre o mesmo modelo: a descrição técnica de uma famosa obra de arte contemporânea, seguida pela afirmação da facilidade de reprodução do processo. Por exemplo: “Lançar uma xícara de água do mar no chão é fácil. Lawrence Weiner fez isso e todos podem fazer isso de novo. Ao criar um panorama neutro e objetivo dos famosos dispositivos de produção artística, Éric Watier profana a noção de uma obra de arte e atualiza as noções de retomada e citação, que são particularmente comuns na arte contemporânea.

“Plus c’est facile, plus c’est beau” é uma frase retirada de uma entrevista com Gil J Wolman conduzida por Michel Giroud e publicada no catálogo da exposição Hors hors limites (Centre Pompidou, 1994-1995).”

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Plus c’est facile, plus c’est beau : prolégomènes à la plus belle exposition du monde se présente sous la forme de 89 courtes propositions à raison d’une par page. Chacune est construite sur le même modèle : la description technique d’une œuvre célèbre d’art contemporain, suivie de l’affirmation de la facilité de reproduction du procédé. Par exemple : « Renverser une tasse d’eau de mer sur le plancher, c’est facile. Lawrence Weiner l’a fait et tout le monde peut le refaire. » En dressant un panorama neutre et objectif de dispositifs célèbres de la production artistique, Éric Watier désacralise la notion d’œuvre d’art et met à jour les notions de reprise et de citation, particulièrement  courantes dans l’art contemporain.

“Plus c’est facile, plus c’est beau” est une phrase extraite d’une interview de Gil J Wolman menée par Michel Giroud et publiée dans le catalogue de l’exposition Hors limites (Centre Pompidou, 1994-1995).

https://www.sites.univ-rennes2.fr/arts-pratiques-poetiques/incertain-sens/fiche_prolegomenes.htm

Faut-il abolir Ouest-Lumière?

Yann Toma / Stephen Wright
Faut-il abolir Ouest-Lumière?
Rennes, Éditions Incertain Sens; Brest, La Passerelle, 2005.
64 p.
21 x 13 cm
ISBN 2-914291-22-X et 2913988-09-1
1000 ex.

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Avec son réseau tentaculaire d’abonnés, son ubuesque président à vie, manipulant avec de grosses ficelles des légions d’agents subalternes et de détracteurs cooptés, Yann Toma a su faire de Ouest-Lumière une fiction heuristique. Heuristique, car, à cette fiction d’entreprise réticulaire, indéfinissable, néolibérale, correspond une réalité économique : la colonisation du monde vécu par le capital, rendue possible par le biais de la généralisation du travail immatériel, dont l’artiste incarne l’idéal type. Entreprise immatérielle, Ouest- Lumière est emblématique de ces métamorphoses de la composition anthropologique du travail dans nos sociétés où, à l’économie fordiste fondée sur la production d’objets, se substitue une rationalité post-fordiste dont le fondement devient la production de sujets consommateurs d’objets. Les « dispositifs de subjectivation » dont parle Deleuze, que le monde de l’art contemporain, dans un mélange de candeur et de cynisme propre à lui, s’emploie, à son insu peut- être, rarement à son corps défendant, à mettre à la disposition des industries de l’immatériel, se voient, à Ouest-Lumière, mis en évidence pour ce qu’ils sont : des dispositifs de production de nouveaux secteurs d’accumulation capitaliste. Telle est la dimension politique de l’entreprise fictionnelle de Yann Toma, c’est aussi son abyssale ambivalence. D’où la question : faut-il abolir Ouest-Lumière ?

Stephen Wright

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https://www.sites.univ-rennes2.fr/arts-pratiques-poetiques/incertain-sens/fiche_Toma_FAUT_IL_ABOLIR_OUEST_LUMIERE.htm

 

Ensaio

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Bárbara Wagner
Ensaio
Recife, Editora do autor, 2010
19 x 15 cm
80 p.
Offset
1000 exemplares.

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Ensaio, de Bárbara Wagner, nasce da consciência do lugar-comum da imagem etnográfica e do desejo de mensurar um trabalho artístico com a tradição da fotografia de reportagem. A artista se voltou à cena do maracatu rural em praças de Nazaré da Mata e outras cidades do interior de Pernambuco durante os ensaios que precedem o Carnaval, quando os brincantes ainda não usam a indumentária tradicional. Wagner direciona seu olhar a instantes raros da celebração: suas tomadas verticais mostram os caboclos em momentos de espera, antes que a música comece e que a brincadeira envolva o grupo inteiro em uma dança. A espera e a noite compõem um espaço atemporal, a atenção se concentra nas poses involuntárias desses homens, em suas expressões, nos detalhes de suas roupas, nos pequenos gestos. A série se alterna entre a natureza estática de August Sander e a dureza flagrante de Weegee, e revela uma ironia que evita o estereótipo das taxonomias documentais, que muitas vezes restringem o trabalho fotográfico a uma fria aplicação de uma estratégia conceitual. (Giuliano Sergio)

http://www.barbarawagner.com.br/Ensaio-Rehearsal

Fealdad, ordinariez y fantasía

FEALDAD, ORDINARIEZ Y FANTASÍA

Corina Arrieta
Fealdad, ordinariez y fantasía
Editora Homemade Ediciones, 2015
23,5 x 16 cm
ISBN: 978-987-33-9651-9

Fealdad, ordinariez y fantasía
 é um atlas que apresenta o maravilhoso universo arquitetônico criado para o turismo e o lazer. É uma homenagem às construções ridículas e incríveis que não só conseguem materializar nossos desejos em torno às viagens, mas que também inventam novos mundos.

https://www.bancatatui.com.br/editoras/homemade-ediciones/fealdad-ordinariez-y-fantasia/
https://concentra.com.ar/catalogo/fealdad-ordinariez-y-fantasia/

Cadernocartaz gibi

Gilberto Tomé

Gilberto Tomé
Cadernocartaz gibi
Gráficafábrica, 2007
48 p.
18cm x 13,5cm

Recortes da paisagem de São Paulo, revista por ocasião da Lei Cidade Limpa, 2007.

A encadernação permite que as folhas soltas sejam conjugadas pelo leitor formando imagens maiores ou novas narrativas visuais.

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https://www.bancatatui.com.br/categorias/livros/cadernocartaz-gibi/