Memory Maps

John Honeywill
Memory Maps
[Brisbane], Grahame Galleries and Editions, 1993
15.2 x 20.3 cm
[16] p.
100 ex.

“As memórias desvanecidas de um pai que faleceu há vinte e cinco anos e a memória de uma mãe afetada pela doença de Alzheimer enfatizam o tênue domínio sobre a fonte das memórias. O livro de John Honeywill explora essas ligações com o passado por meio de ‘os sentimentos residuais que permanecem das memórias que se perderam’. Com extrato de um conto ‘Water in the Wires’ de Ross Honeywill, e comentários de John Honeywill sobre memórias.”

Referência 1
Referência 2
Referência 3

6 Septembres

Christian Boltanski
6 Septembres
[Itália], Charta / PAC, 2005
17 x 12 cm
144 p.

“Convidado pelo Institut National de L’audiovisuel da França, o principal arquivo de televisão do país, para vasculhar sua coleção em busca de um projeto, o artista francês Christian Boltanski ficou maravilhado. Para tornar a tarefa gerenciável e pessoal, ele decidiu compilar imagens de noticiários de cada um de seus 60 aniversários, em 6 de setembro, desde 1944. Ele teceu os clipes em uma projeção em três telas, criando mais uma de suas meditações sobre memória, tempo e morte, que é sua marca registrada. Outros trabalhos recentes de Boltanski em vídeo, instalação e fotografia enfatizam a precariedade de nossa existência, mas o fazem com luminosidade e humor, e sempre envolvem o público na passagem implacável do tempo.”

Mais informação: https://www.catawiki.com/en/l/22348287-christian-boltanski-6-septembres-2005

Noites Cinzas               

Zé de Rocha

Noites Cinzas               

Salvador, Incubadora de publicações, 2020

22 x 11 cm (132 x 12 cm aberto)

6 p.

100 ex

Miolo em papel Conqueror Connoisseur Soft White 300g, capa em papelão pardo cinza 1,70mm, impressão em carvão vegetal e cinzas de papel aplicados com serigrafia, acabamento
em cola.

NoitesCinzas é um livro de artista, totalmente impresso com carvão e cinzas, inspirado na Guerra de Espadas de Fogo de Cruz das Almas, cidade natal do autor Zé de Rocha. Sua confecção foi resultado de uma sequência de procedimentos que se inicia com um desenho a carvão, medindo 300x28cm, passa pela incineração e transformação desse desenho em tinta, e se encerra através de uma impressão serigráfica. Assim, NoitesCinzas estabelece conexões entre o local e o global, possibilitando a repercussão de imagens que tratam sobre destruição e reconstrução, transgressões sociais e memória de uma manifestação cultural em vias de desaparecimento.

https://rvculturaearte.com/Noites-Cinzas

Retratos de coisas sonhadas

Patrícia Martins

Retratos de coisas sonhadas

Salvador, Incubadora de publicações, 2020

13 x 18 cm

64p.

100 ex.

“As imagens que compõem a série que apresento neste livro vieram de um arquivo de imagens de um estúdio fotográfico baiano que aparenta ser de meados da década de 1950, cedido por um amigo, mas de origem desconhecida. Viradas do avesso, reconfiguradas, gravadas ou destruídas, estão inseridas agora em um outro universo, dos sonhos e dos fantasmas”.

https://rvculturaearte.com/Retratos-de-coisas-sonhadas

Inês: pequena antologia do passado

Laura Castro

Inês: pequena antologia do passado

Salvador, Incubadora de publicações, 2020

86 p.

14 x 09 cm

100 ex.

Miolo impresso em tipografia sobre papel offset 90g/m, com composição de famílias tipográficas variadas. Capa dura com impressão em serigrafia sobre tecido, folha de guarda em papel marmorizado e encadernação manual.

Inês é um livro de poesia de Laura Castro, a partir da memória de seu avô materno. Amilton Ignácio de Castro era seu nome, que herdou de duas mulheres: Ignácio veio de Ignácia, sua avó de criação e o Castro de Inês, sua avó de sangue, mulher negra escravizada cuja história se perdeu na memória de seus descendentes. Dividido em três partes, o livro percorre o caminho entre um Recôncavo-África até o Sul da Bahia em busca desse encontro que nunca houve, entre Inês e Ignácio. No caminho, uma legião de vozes e mulheres. Com o miolo impresso 100% em tecnologia tipográfica, impresso pelas mãos negras de Seu Antônio e composto pelo tipógrafo e poeta Ronny Bom, mestres gráficos do Recôncavo da Bahia, o livro é gravado por uma espécide de memória gráfica dessa região.

https://rvculturaearte.com/Ines-pequena-antologia-do-passado

Saudades de um punhal

Leila Danziger

Saudades de um punhal – Carol D’Ultra Vaz

Rio de Janeiro, Armários Azuis, 2019

128 p.

13 x 19 cm

200 ex.

ISBN 978-65-901182-0-2


Em novembro de 2008, dei início a um blog – esparso, lento, ocasional. Via-o como extensão pública do ateliê. Pensava-o sem leitores, a não ser por uma amiga francesa, tão querida quanto distante, que vivia então na Nova Caledônia.

Em abril de 2009, ao acessar o blog, encontrei um comentário sobre um texto que eu havia publicado sobre meu pai. Dias depois, a mesma pessoa retornou. Deixou outros dois comentários. Conversamos sobre poesia (Paul Celan, Yehuda Amichai), barcos em mares que não existem, xales de oração, vestidos que se animam com o vento, djellabas. Brinquei que assim talvez passasse a levar meu suposto blog a sério. Dia sim, dia não, passei a visitá-la também e ver o que escrevia em Saudades de um punhal, seu blog mantido com regularidade, cujo título fazia alusão a um conto de Robert Walser (“Sehnsucht nach einem Dolch”, 1917).

Certo dia, ao visitar seu blog, não encontrei nenhuma nova postagem, mas um comentário trazia a notícia de sua morte, ocorrida em São Paulo, em uma madrugada fria de sábado, 30 de maio de 2009. Não sei mais o que se passava no mundo naquele dia, mas em minha agenda, encontrei a anotação: “abrir avenidas pela casa”.

Penso ainda nesse encontro, cuja duração foi a de um fósforo que se acende e se apaga. Nos esbarramos em uma calçada, enquanto seguíamos em direções opostas na multidão. Ela deixou deixa cair um objeto. Eu o recolho, quero devolvê-lo, ainda corro em sua direção, tento localizar seu vulto de costas (é assim que ela se mostra em seu perfil on line). Procuro decifrar a fricção desse encontro feito apenas de escrita, reter o objeto deixado para trás. Guardo a lembrança de sua última postagem, que descrevia um percurso de alguém arduamente treinado em inconstâncias, uma fuga-em-abismo por entre estações de metrô e linhas de ônibus, cujo ponto de chegada era o link para um outro blog.

Entre outras características, ela se identificava como “chronically melancholic, great cook, obsessed with psychoanalysis and detective novels, lazy in the mornings and sarcastic at nights”. Tinha trinta e dois anos.

Neste livro, retomo a promessa feita em uma publicação de 2014: a de recolher e editar vestígios da escrita de Carol D’Utra Vaz na internet. Com o desaparecimento de seu blog, recolhi algumas de suas postagens no Facebook e, em menor número no Twitter, onde não estivemos em contato, pois em 2009, eu não estava em nenhuma rede social..

Percebo que há uma gradação em sua escrita praticada nos diferentes meios em que esteve atuante: no blog, as postagens oscilavam entre o comentário, o ensaio breve e o poema em prosa, se me lembro bem. No Facebook, ela faz pouco uso de imagens e aproveita a forma como seu nome aparece na plataforma, integrando-o muitas vezes como sujeito de suas frases – brevíssimas e confessionais – em que a angústia extrema e o humor são inseparáveis (feliz & sangrando, escreve em 26 de abril). No Twitter, sua voz vai vai-se tornando espessa, escura, náufraga.

Volver, volver, volver, repete em 27 de março, antes de se entregar aos oráculos do Facebook. Que bruja eres? Which Shakespearean character would you be? Which philosopher are you? Em abril, pensa em comprar um cadeado de diamantes, cantarola Sinatra, devaneia, procrastina, se apaixona pelo Pior Homem do Mundo, e, quando a insônia permite, sonha, sonha muito (com ouriços do mar, com palavras cruzadas ou em alemão).

Se quase todos os links compartilhados em suas postagens se tornaram indisponíveis, a intertextualidade ativada pelos fragmentos que compartilhou segue viva. Cita com paixão: Herbert Helder, Sylvia Plath, Pessoa e, claro, Paul Celan, que é o nome de seu gato “miador”. “Só Celan salva”, escreve.

Em 17 de maio, compartilha um anúncio de alguém em busca de companhia para viajar no tempo (sem garantias, adverte o anunciante.) Minha aposta é que ela não escolheria o passado. O vetor temporal do que lança na rede é mesmo o futuro. Em 24 de fevereiro, anuncia uma casa nova, em 24 de maio canta “tengo um  un nuevo amor”. Havia uma pesquisa de mestrado no horizonte. Havia horizonte.

E resta uma voz, uma escrita tênue, embrionária, decididamente polifônica, ávida por interlocução, cujos vestígios reúno aqui. Sigo a cronologia de suas publicações, todas realizadas entre fevereiro e maio de 2009. Admiro sua concisão em tempos tão prolixos, sua auto-ironia e, sobretudo, sua necessidade de poesia, cinema e música, elementos que lhe eram vitais como o ar.

Em diálogo oblíquo com sua escrita na rede, ofereço meus cadernos, alguns guardados desde o final da década de 1980. São objetos da intimidade, ensimesmados talvez. Ao contrário das postagens nas redes sociais, não foram feitos para ser compartilhados, senão como a imagem do que se esconde, do que se perde, do que é em vão.

https://www.armariosazuis.com/saudades-de-um-punhal

Este seu olhar

Maíra Soares_Este seu olhar

Maíra Soares
Este seu olhar.
Formato: 14×10,5cm.
Técnica: Offset.  44 p.
Editor: Maíra Soares, Siete de un golpe y underbau.
Design gráfico: underbau.
Ano de edição: 2012.
Nº de exemplares: 500.
ISBN: 978-84-615-9676-8

“Este seu olhar” é um ensaio realizado por Maíra Soares inspirado em retratos que seu pai fez de sua mãe durante a lua-de-mel, em 1975. A autora baseia-se no registro do pai para revisitar o passado, desvendando o mundo e os sentimentos vividos por sua mãe nesse período. O livro, publicado em 2012, teve edição independente, em parceria com os estúdios Siete de un golpe e underbau, de Madri.

Leia resenha: AGORA, MAÍRA (texto Cia de Foto)

Maíra Soares (São Paulo, 1980) é fotografa e cantora, formada em jornalismo. Atualmente mora e trabalha em Madri, onde fez parte do Master Internacional de Fotografia da escola EFTI, em 2011. No Brasil, trabalhou como fotojornalista e professora de fotografia em projetos sociais. Em 2012, auto publicou seu primeiro fotolivro, Este Seu Olhar, baseado na releitura de retratos que seu pai fez de sua mãe em 1975, durante a lua de mel deles. O livro foi realizado em parceria com os estúdios Siete de un golpe e underbau, na Espanha. Em 2012, o ensaio Este Seu Olhar foi exibido no Museu da Universidade de Alicante, na feira MadridPhoto e no PhotoEspaña. Foi selecionado para convocatórias dos festivais Paraty em Foco (Brasil) e Scan Tarragona (Espanha). A primeira versão do livro foi vencedora do concurso de maquetas da escola Blankpaper.

Archives

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Christian Boltanski  (França,  1944)
Archives
Arles, France : Actes Sud, c1989.

[42] p. : il. fots. p&b
19 x 10  cm.
(broch.)
ISBN 2868693911

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Estas imagens foram recortadas durante o ano de 1972 de um jornal semanal especializado em notícias criminais; elas mostram os rostos inexoravelmente entrelaçados, assassinos ou vítimas, desses dramas esquecidos. (texto retirado do livro)

Editado por ocasião da exposição Christian Boltanski na Eglise Saint-Martin du Méjan d’Arles de 03 de julho a 03 de setembro de 1989.

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Ces images ont eté découpées pendant l’année 1972 dans un hebdomadaire spécialisé dans lesfaits divers criminels; elles présentent inexorablement mêlées les visages, assassins ou victimes, de ces drames oubliés.

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