Empenas

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Andrés Sandoval
Empenas (vistas e silhuetas)
São Paulo, 2014

Esta publicação resultou de uma série de desenhos de observação feitos durante caminhadas pelo Elevado Costa e Silva em São Paulo entre julho e setembro de 2013. (foto da Associação Parque Minhocão: Tuca Vieira). Ganhador do PROAC LIVRO DE ARTISTA – 2013. Participou da X Bienal de Arquitetura de São Paulo e da exposição Cidade Gráfica em novembro de 2014.

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(EN) This book gathers a series of drawings made during walks along Costa e Silva highway between July and September of 2013. It was exhibited at 10th São Paulo Architecture Biennal, 2013 and Cidade Gráfica exhibition, 2014.

 

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Na paisagem do centro de São Paulo, há um elemento arquitetônico recorrente chamado empena cega, a fachada lisa e sem aberturas de um edifício. Sua presença está ligada à legislação de uso e ocupação do solo e à construção de grandes estruturas viárias implementadas a partir da década de 60. Em 2007, com a vigência da lei Cidade-Limpa, que proibiu a colocação de anúncios publicitários nas fachadas dos imóveis, esse elemento tornou-se ainda mais evidente.

Este projeto usa o desenho para estudar as empenas cegas presentes nesta paisagem, destacando seus aspectos espaciais, cromáticos e morfológicos. Estes desenhos foram feitos ao longo dos 2,8 kilometros do Elevado Costa e Silva, uma via expressa de carros erguida a cerca de 6 metros do chão, que oferece um ponto de vista inusitado do entorno. Aos domingos a via é fechada aos carros, dia em que é possível cruzá-la a pé.

Do alto do elevado, as empenas, que em geral se veem numa perspectiva oblíqua desde a calçada, ganham uma vista mais frontal. Empenas muito próximas entre si e perpendiculares ao elevado só são vistas por completo quando estamos ao lado delas. Empenas avistadas a distância crescem lentamente no campo de visão durante o percurso.

Há empenas que parecem alinhadas entre si, mas que se separam à medida que nos aproximamos. Algumas, paralelas ao elevado, parecem estreitas de longe, porque são vistas lateralmente, mas quando nos aproximamos são tão grandes que parecem inclinar-se sobre nós.

Para este projeto, foram feitos desenhos de observação e de levantamento. Os desenhos de levantamento deram origem às silhuetas das empenas, e levam em conta a quantidade de andares, o estado físico da fachada e a orientação em relação ao norte. Cada silhueta é a vista frontal cerca de 400 vezes menor.

Juntas, as 141 silhuetas formam um alfabeto no qual é possível notar variações de tamanho, janelas clandestinas, muretas e beirais, além dos recortes formados por telhados e edifícios que encobrem parte das fachadas. Cada silhueta é apresentada com o endereço e o nome do edifício a que pertence.

Os desenhos de observação são um registro da percepção do espaço sobre o elevado, principalmente das empenas, com a anotação dos seus contornos visíveis, feitos a cada 60 metros. Esses desenhos deram origem às 88 vistas da cidade apresentadas aqui, metade desenhada no sentido Oeste e metade no sentido Leste.

No final de 2013, 30 protótipos das vistas da cidade foram impressos em risografia, em quatro cores especiais (dourado, amarelo, azul e laranja) sobre papel Filtro 180g/m2. Esta edição revisada, ampliada e impressa em ofsete, reúne numa única publicação todas as vistas e silhuetas.

Ganhador do PROAC LIVRO DE ARTISTA – 2013. Participou da X Bienal de Arquitetura de São Paulo e da exposição Cidade Gráfica em novembro de 2014.

Para saber mais a respeito, visite a página do artista: http://andressandoval.com/

http://www.andressandoval.com/projetos/books/

Le Capital illustré

Détail

Le Capital illustré
Jean-Baptiste Ganne
Rennes, Incertain Sens, 2000.
[48 p.], agrafées, dans un coffret cartonné
offset quadrichromie
18,6 x 17,3 cm.
1000 ex.
isbn 2-914291-03-5.
Coédition avec Françoise Vigna (Nice) et le Fonds régional d’art contemporain Bretagne (Rennes).

O Capital em questão é o de Marx. Um livro filosófico e mítico, mas agora, ironicamente, ausente do debate. A ideia, ousada, do autor é ilustrar uma obra filosófica, que sabemos que é de natureza complexa e abstrata. O livro é composto apenas de fotografias, cada uma  refere-se a um capítulo, uma seção e um parágrafo específico do livro, combinando humor com eficiência, na medida em que essa estratégia desperta a curiosidade de saber a parte que falta da imagem, ou seja, o lado filosófico. Uma pista interpretativa já está presente na imagem através da evocação, a cada vez, de um conceito-chave da análise filosófica correspondente. As fotos do autor funcionam como um tipo de desvio, ilustrando com inteligência e humor o mundo de hoje.

Détail

Le Capital en question est celui de Marx. Un livre philosophique et mythique, mais aujourd’hui, paradoxalement, absent des débats. L’idée, audacieuse, de l’auteur est d’illustrer un ouvrage philosophique, dont on sait le caractère complexe et abstrait. Le livre est composé de photographies dont chacune renvoie à un chapitre, une section et un paragraphe précis de l’ouvrage, ce qui ne manque pas d’humour, mais aussi d’efficacité, dans la mesure où cette stratégie éveille une curiosité pour connaître la partie manquante de l’image, à savoir son versant philosophique. Une piste interprétative est tout de même déjà présente dans l’image à travers l’évocation, à chaque fois, d’un concept-clé de l’analyse philosophique correspondante. Les photos de l’auteur jouent sur le mode du détournement, illustrant avec l’intelligence et un clin d’oeil le monde d’aujourd’hui.

http://www.sites.univ-rennes2.fr/arts-pratiques-poetiques/incertain-sens/fiche_JB_Ganne_le_capital_illustre.htm

Archives

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Christian Boltanski  (França,  1944)
Archives
Arles, France : Actes Sud, c1989.

[42] p. : il. fots. p&b
19 x 10  cm.
(broch.)
ISBN 2868693911

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Estas imagens foram recortadas durante o ano de 1972 de um jornal semanal especializado em notícias criminais; elas mostram os rostos inexoravelmente entrelaçados, assassinos ou vítimas, desses dramas esquecidos. (texto retirado do livro)

Editado por ocasião da exposição Christian Boltanski na Eglise Saint-Martin du Méjan d’Arles de 03 de julho a 03 de setembro de 1989.

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Ces images ont eté découpées pendant l’année 1972 dans un hebdomadaire spécialisé dans lesfaits divers criminels; elles présentent inexorablement mêlées les visages, assassins ou victimes, de ces drames oubliés.

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Américas

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Fernando Bryce
Américas
San Juan, Porto Rico: Instituto de Cultura Puertorriqueña, 2009.

30 x 21 cm.
Offset
420 ex.

Esta publicação faz parte de uma série de livros de artista publicados para a 2ª Trienal Poli/Gráfica de San Juan: América Latina y el Caribe, 18 de abril – 28 de junho, 2009, organizada pelo Instituto de Cultura Puertorriqueña.

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Durante a última década Fernando Bryce (Lima, 1965) produziu um corpo de trabalhos com base na memória histórica e nos modos de representação. A série de Bryce se concentra em episódios históricos cruciais que ele explora de forma crítica e sistemática. Seu método, que ele descreveu como “análise mimética,” se baseia na cópia cuidadosa de panfletos, documentos oficiais, imagens da imprensa, propaganda política e anúncios, a fim de articular amplos conjuntos de desenhos a tinta que tratam das relações de poder e sua veiculação na história do século XX. Através do jogo básico de re-apresentação (no sentido mais literal de mostrar novamente), pela cópia ou a simples mise en scène de documentos e objetos, Bryce usa apropriação, paródia e ironia como armas para expor e questionar os preconceitos subjacentes e comumente aceitos nos discursos oficiais. Através desta estratégia, Bryce literalmente recupera a figuração da ideologia. Seu projeto, assim, envolve imagens da história do mundo moderno, registradas seletivamente para forjar uma genealogia do presente.

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Over the past decade Fernando Bryce (b. 1965, Lima) has produced an incisive body of work based on historical memory and modes of representation. Bryce’s series focus on crucial historical episodes which he explores critically and systematically. His method, which he has described as “mimetic analysis,” relies on the careful copying of pamphlets, official documents, press images, political propaganda, and advertisements in order to articulate large suites of ink drawings that deal with power relations and their mediatization in twentieth-century history. Through the basic play of re-presentation (in the most literal sense of showing again), by copying or by the simple mise en scène of documents and objects, Bryce uses appropriation, parody, and irony as weapons to expose and question the prejudices underlying commonly accepted official discourses. Through this strategy, Bryce literally recovers the figuration of ideology. His project thus engages the images of history in the modern world, fixed selectively to forge a genealogy of the present. [fonte]

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Região dos Desejos

região dos desejos

Região dos desejos
Hugo Denizart
Rio de Janeiro, edição do autor, 1984
27 x 19 cm

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Hugo Denizart ( coord. e fotos)

“REGIÃO DOS DESEJOS” é um trabalho que trata a questão da ‘loucura’ a partir da fotografia. Os registros fotográficos que compõe o livro sanfonado, revelam o isolamento e a segregação vividos por doentes mentais reclusos na colônia Juliano Moreira, do Ministério da Saúde. A foto documentação foi realizada entre 1981 e 1983. Denizart constrói uma narrativa a partir do pequeno, com o desejo de produzir imagens que não se limitassem a reforçar o óbvio, o preconceito, “à confirmação de que todo louco é louco 24 horas por dia”.

” (…) um trabalho sem rostos, sem as caracterizações habituais que nós fomos treinados a ver e impor. Tratava-se de colocar dúvidas onde só havia certezas . A partir da primeira idéia, não fotografar os rostos, surge outra questão. Como extrair significados abrindo mão de tão importante significante? A resposta encontrada foi fotografar pequenos fragmentos realizados a distâncias muito pequenas ( 30cm em média) porque percebemos que um pequeno mundo se movia à margem da instituição ( digamos mesmo invisível). Dentro dos bolsos, amarrados à cintura, presos à cabeça, milhares de objetos minúsculos povoavam os corpos e a imaginação daqueles que resistiam sempre.(…)”

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Repaisagem São Paulo

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Marcelo Zocchio

O livro Repaisagem São Paulo reúne 30 montagens fotográficas em preto e branco que mesclam imagens antigas e atuais da cidade de São Paulo. Cada montagem foi produzida a partir de duas fotografias de um mesmo lugar da cidade: uma antiga, coletada em arquivos de imagem; e uma atual, produzida pelo autor. O resultado são as “repaisagens” – imagens que unem elementos de dois tempos diferentes da história de São Paulo. Além do caráter original das montagens, o livro pretende mostrar, de forma lúdica, aspectos da história da cidade nos últimos 140 anos. Um encarte no final do livro permite ao leitor aproximar cada montagem das imagens antigas e atuais que deram origem a ela. Três mapas da cidade, de 1897, 1930 e de hoje, de mesma escala, oferecem indicações que possibilitam visitar os locais fotografados em Repaisagem – além de índices de seu crescimento e transformação. “Mais do que um simples choque entre elementos novos e antigos, eles mesmos discrepantes, o que as montagens de Zocchio realmente revelam é a presença invasiva de uma outra temporalidade em meio à São Paulo que conhecemos”, escreve o ensaísta Guilherme Wisnik no texto que introduz o livro. “Pois esses espaços vazios que de repente se abrem em meio à saturação da grande metrópole não são apenas respiros. São signos de uma vida mais lenta, que acorda do sono secular para impregnar-se na cidade atual. Acho que quem viu essas montagens fotográficas não voltará a passar por esses lugares com olhos tão anestesiados pela cotidianidade do presente.”

http://www.editoradash.com.br/lojadash/livraria/arte/livro-repaisagem-s-o-paulo-marcelo-zocchio.html

Apagamentos

Apagamentos

Rosângela Rennó
Apagamentos
São Paulo, Cosac&Naify, 2005
Encadernação: capa dura
18 x 14,8 cm
56 p.
ISBN: 8575034707

“Foto portátil” traz a série “ Apagamentos”, na qual a artista Rosangela Rennó reúne fotografias policiais que registram cenários de crimes de investigação. As vitimas anônimas são mostradas como num “ mosaico de fotogramas” que reunidos ao mesmo tempo que tentam remontar a “cena-do-cenário-crime” , decompõe as imagens, deixando apenas rastros e reafirmando que a história já se acabou. “ O que reaparece: as casas sem seus donos, os mundos sem suas pessoas – o apagamento, de novo, dolorosamente, nós o provamos.” As séries são intercaladas com textos que fluem como uma possível narrativa ficcional.

http://editora.cosacnaify.com.br/

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Silent book

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Miguel Rio Branco
Silent Book
São Paulo: Cosac & Naify, 1997

“Silent Book”  é um fotolivro com imagens em  sequência cinematográfica onde aspectos da vida urbana são retratados em meio a imagens barrocas, “objetos arruinados, circos pobres, prostíbulos baratos e academias de boxe. “

 Fonte: https://editora.cosacnaify.com.br/ObraSinopse/10006/Silent-book.aspx

 

O corpo da cidade

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Claudia Jaguaribe
O corpo da cidade
São Paulo, 2000
Português
72 p.
25 x 28,5 cm

Neste livro, sonho e realidade se sobrepõem para compor uma obra visual que sugere novas possibilidades de apreciar o Rio de Janeiro e seu Carnaval.

Em O corpo da cidade, Claudia Jaguaribe segue o caminho oposto dos trabalhos fotográficos convencionais, que do excesso buscam a essência. A fotógrafa desconstrói seus registros, manipulando cores e imagens em busca da saturação, como um pintor que experimenta a infinita mobilidade de suas formas.

Ao retratar o Carnaval carioca, a artista procura a concretude do objeto junto à atmosfera e propõe, nas suas imagens, a fusão da cidade com o corpo de quem a habita.

Os registros possuem cores fortes e vibrantes, além de um elevado contraste. O enfoque são nos corpos, no movimento e objetos do cenário carnavalesco que transformam-se através da forte influência cromática do ambiente.

Sonne, Mond und Sterne

Peter Fischli e David Weiss
Sonne, Mond un Sterne
Zürich: Ringier, 2008
31,5 x 25,3 x 4,7 cm.
[800] p.

Este novo livro de artista do célebre duo suíço Peter Fischli e David Weiss reúne 800 imagens inspiradas em anúncios de revistas. Projetado pela NORM em estreita colaboração com os artistas, o livro, resultante da contribuição de Fischli / Weiss para o Relatório Anual 2007 da Ringier AG, é uma coleção muito generosa, embora nauseante, de fotos, slogans e mensagens que constituem nosso panorama contemporâneo de mídia. Organizados em categorias soltas, eles mergulham o leitor em um fluxo de imagens cuja dimensão comercial recua para deixar que suas qualidades narrativas (muitas vezes não planejadas) se desenvolvam livremente em um relato improvável da jornada da vida.

This new artists’ book by the celebrated Swiss artist-duo Peter Fischli e David Weiss gathers 800 images inspired by magazine advertisements. Designed by NORM in close collaboration with the artists, the book, stemming from Fischli/Weiss’ contribution to the Ringier AG Annual Report 2007, is a very generous if slightly nauseating collection of photos, slogans, and messages that constitute our contemporary media landscape. Organized in loose categories, they plunge the reader in a flow of images whose commercial dimension recedes to let their (often unplanned) narrative qualities freely develop into an unlikely account of life’s journey.