JAB 25

JAB25FrontCover

Journal of Artists´Books 25 | Primavera 2009

Brad Freeman edita desde 1994 este periódico especializado em livros de artista.

A capa do JAB25 foi desenhada por Jan Voss e impressa na Heidelberg GTO no Centro de Artes do Papel e do Livro por Brad Freeman, Clif Meador e Marnie Galloway (estudante de graduação e entusiasta de offset). Jan pediu a algumas pessoas para sujarem suas mãos com tinta acrílica marrom e manusear 14 transparências cortadas no formato do JAB. As manchas da tinta sobre essas folhas tornaram-se as chapas de impressão para a capa. Instruções de impressão de Jan (mudar a cor da tinta durante a impressão; usar degradês; colocar muita tinta; colocar pouca tinta; colocar pouca água; colocar muita água) garantiram que imagens originais e espontâneas surgissem, de modo que nenhum exemplar de JAB25 é exatamente igual a outro.

The cover of JAB25 was designed by Jan Voss and printed on the Heidelberg GTO at the Center for Book & Paper Arts by Brad Freeman, Clif Meador, and Marnie Galloway (graduate student and Offset Fellow). Jan had people coat their hands in brown acrylic paint and handle 14 tranparencies cut to imitate the shape of JAB. The traces the paint left on those sheets became the printing plates for the cover. Jan’s printing instructions (change the ink color during the run; use split fountains; run too much ink; starve the ink; starve the water; run too much water) ensured spontaneous, unique prints with no two covers of JAB25 being exactly alike.

  • The JAB25 cover was designed by Jan Voss.
  • Editor’s Statement
    Brad Freeman
  • Guest Editor’s Introduction
    Tony White
  • About the Cover Art
    Jan Voss
  • The Borowsky Center
    Amanda D’Amico
  • I heart DIY CMYK (an homage)
    Pattie Belle Hastings
    Afterword Clifton Meador
  • Surrender
    Cynthia Marsh
  • Book Reviews
    Eugene Feldman & Aloísio Magalhães: Doorway to Portuguese by Clifton Meador
    Play Nice: Sally Alatalo’s Offset DoDa by Brandon Graham
  • Pyramid Atlantic Critic’s Award
    Elisabeth Long

http://www.journalofartistsbooks.org/

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Matris lingua

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Rosângela Rennó
Matris lingua
Rio de Janeiro: EDUCAM : Academia da Latinidade, 2001.
Projeto gráfico: Rosângela Rennó e Marilá Dardot.
72 p.
23 x 12,5 x 1 cm.
Impressão offset em papel couché fosco 150g/m², colorido
tiragem 1100 exemplares.
Textos em português, francês, espanhol, italiano e línguas crioulas.
Encadernação de editor. Capa dura, com jaqueta de papel vegetal.

“Matris lingua é um arquivo em construção de canções tradicionais de embalar e ninar crianças em diversas línguas, dialetos neolatinos e línguas crioulas de base latina”.

“Todas as canções transcritas são de domínio popular, exceto: p.13 (de Celso Emílio Ferreiro), p.53 (de Henri Sauguet), p.55 (de Charles Fontaine)”

Tábula

Edith Derdyk
Tábula
São Paulo, Ikrek, 2015

Tábula, Edith Derdyk, 2015

Tábula é fruto da pesquisa que a artista Edith Derdyk vem realizando desde 2009, tendo como ponto de partida a leitura da tradução primorosa da Gênese realizada pelo poeta concreto Haroldo de Campos no livro Bere’Shith – A Cena da Origem (Editora Perspectiva, 1993), cuja “transcriação” coloca em perspectiva a natureza imagética da palavra escrita quando em estado poético.

Gênese é uma das primeiras narrativas arcaicas em forma de poesia que trata da mitologia da criação na cultura ocidental, cuja origem remonta às escritas sumerianas que relata o Épico de Gilgamesh. Segundo o poeta Haroldo de Campos, são nessas primeiras narrativas míticas que a palavra surge como cápsula imagética e poética, cuja estrutura da língua é consonantal, muito distante de nossa experiência de “palavra” que é calcada na linguagem fonética: um sistema de sinais para a representação dos sons.

O livro contém cerca de cem imagens resultantes de múltiplas sobreposições de textos extraídos da primeira página de cerca de oitenta bíblias – páginas que contam o “dia um” da criação, objeto de estudo do poeta Haroldo de Campos no livro A Cena da Origem, cuja tradução se baseou na escrita originária – aramaico/hebreu arcaico.
Os livros foram comprados em distintos sebos de São Paulo, edições populares em suas diferentes versões, edições, línguas e formatos. As imagens resultantes tornam os textos quase ilegíveis, problematizando a relação entre o texto originário, escrito em aramaico (seguindo os rastros dos procedimentos de tradução e interpretação adotados por Haroldo de Campos) e o nosso texto fonético ocidental.

As páginas são todas dobradas, permitindo uma leitura combinatória, cuja fruição torna-se um processo infindável, metaforizando as milhares de interpretações que se fizeram ao longo dos séculos sobre esse texto originário, tornando o leitor um co-autor.

A publicação foi realizada em virtude da seleção feita pelo edital ProAc 2014, da Secretaria de Cultura do Estado de São Paulo. A pesquisa para Tábula é realizada pela artista desde 2009, tendo sido contemplada, em 2011, pelo Centro da Cultura Judaica para o programa de Residência Artística, curado por Benjamin Seroussi, por meio do qual a artista passou seis semanas em Jerusalém buscando referências in loco. Em 2012, a artista residiu por dois meses na Biblioteca José e Guita Mindlin do Centro da Cultura Judaica, construindo toda a base conceitual da obra Tábula, que agora se concretiza por meio desta edição, em conjunto com a Ikrek Edições.

Cent mille milliards de poèmes

Raymond Queneau (França, 1903 – 1976)
Cent mille milliards de poèmes
postface de Francois Le Lionnais.
[Paris] : Gallimard, [2009], c1961.

1 v. (não paginado) ; 29 x 22,5 cm.

É composto de 10 páginas, cada uma contendo 14 linhas de corte em tiras, podendo ser combinados para criar um número de diferentes sonetos. No colofão: “Cet ouvrage a été réalisé d’aprés les maquettes de Massin.

[fonte das imagens: 1 | 2]

foew&ombwhnw

Specific Object

Dick Higgins (1938-1998)
foew&ombwhnw
[Freaked Out Electronic Wizards & Other Marvelous Bartenders Who Have No Wings]
New York, NY: Something Else Press, 1969
leatherette covers
offset
sewn bound
black-and-white
20,3 x 14,5 cm
320 p.
4.000 ex.

Os primeiros escritos de Higgins são alternativamente literários, acadêmicos, musicais e visuais. O acrônimo do título (“Freaked Out Electronic Wizards…”) e o estilo bíblico  referem-se à obsessão de Higgins por formas clássicas e experimentais, tecnologia e piadas. O livro começa com o ensaio “Intermídia” de Higgins, que cunhou o termo e inclui peças curtas, roteiros de performance, poesia e muito mais.

O subtítulo deste livro é “uma gramática da mente e uma fenomenologia do amor e uma ciência das artes como visto por um perseguidor do cogumelo selvagem”, como pode ser visto na folha de rosto.

higgins

O livro é encadernado em forma de bíblia, com uma capa de couro preto com cantos arredondados, páginas de folhas finas e uma fita preta. A diagramação em colunas também remete ao livro de orações, mas a leitura é feita como em uma bíblia poliglota, o texto da primeira coluna continua na primeira coluna da página seguinte, pois cada coluna é dedicada a um tipo de texto: ensaios, comentários, poesia visual, roteiros para performances, desenhos.

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In the Infinitive

duchamp

Ecke Bonk, Marcel Duchamp, Richard Hamilton
In the Infinitive [À l’infinitif] (The White Box)
Köln, Walther Koenig, 2000
Offset, il. col.
23 x 15,5 cm
126 p.
ISBN 9783883753911

marcel duchamp: the white box / in the infinitive
a typotranslation by Ecke Bonk in collaboration with Richard Hamilton and Jacqueline Matisse-Monnier.

Esta é uma tradução tipográfica em Inglês feita por Richard Hamilton e Ecke Bonk do The White Box de Marcel Duchamp e inclui mais de 100 facsimiles reproduzidos de suas notas. Durante o período em que Duchamp estava lutando para afirmar o domínio da mente sobre o processo criativo, ele habitualmente registrava seus pensamentos em qualquer pedaço de papel disponível. Os escritos de Duchamp são únicos porque a forma premeditada de sua publicação inicial os mostra crus, espontâneos e não polidos.

As primeiras notas a serem publicadas foram produzidas em uma edição limitada e impressas sob a supervisão direta de Duchamp, às suas próprias custas. Os documentos soltos resultantes estavam contidos em uma caixa encadernada em papel flocado verde. A Caixa Verde, que foi admirada por sua forma e perversidade e amada como uma obra de arte. Desde a publicação de The Green Box em 1960, os avanços na ciência da computação trouxeram as ferramentas para levar sua The White Box a um público amplo.

É a descrição de Duchamp do que uma obra de arte pode ser: a arte é a representação,  o emblema de algo em sua cabeça, o mensageiro que carrega o significado. Ele enfatiza como a linguagem é parte integrante da fabricação lenta.

This is an English typotranslation by Richard Hamilton and Ecke Bonk of Marcel Duchamp’s The White Box and includes over 100 reproduced facsimiles of his notes. During the period in which Duchamp was struggling to affirm the dominance of mind over hand in the creative process, he habitually recorded his thoughts on any available scrap of paper. Duchamp’s writings are unique in that the premeditated form of their initial publication shows them raw, spontaneous and unpolished.

The first notes to be published were produced in a limited edition and printed under Duchamp’s direct supervision, at his own expense. The resulting loose documents were contained in a box bound in green flock-paper. The Green Box which was admired for its form and perversity and loved as a work of art. Since the publication of The Green Box in 1960, advances in computer science have bought the tools to bring his The White Box to a wide audience.

It is Duchamp’s description of what a work of art might be that endures: art is the depiction, the token, the emblem of something in his head, the messenger that carries the meaning. He emphasises how language is an integral part of the slow fabrication.

Flux paper events

Imagem

George Maciunas
Flux paper events
Berlin, Edition Hundertmark, 1998 (1ª ed. 1976)
16 p.
21 x 15 cm.

O livro teve intervenções em diferentes páginas: cortes, rasgos, grampos, dobras e perfurações. No site da Fundação Bonotto, encontramos imagens do livro de Maciunas e uma carta com o projeto, o que permitiu que o editor Armin Hundertmark fizesse uma edição póstuma da obra em 1998.

Published by Edition Hundertmark, Berlin
Different pages with interventions: cuts, stains, tears,
staples, perforations and folds. pp.16, 21 x 15 cm.

1. Project
Published in edition of the series “Karton”
Photocopy, 28 x 22 cm.

Imagem

2. Book, 1976
First editon, part of Special Edition
“Künstlerhefte 1976-1979”
Cardboard box, numbered 2/80

3. Assemblage, 1998
Eight open books of the second edition
assembled on wooden box by L. Bonotto,
254 x 35 x 6 cm.

Imagem

Imagens: http://www.fondazionebonotto.org/fluxus/maciunasgeorge/artistsbook/fx142813.html

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Ulisses

ULISSES
Stéphane Le Mercier
Rennes, Incertain Sens, 2013
[40 p.]
grampeado, offset p&b
33 x 23 cm.
1000 ex.
ISBN 978-2-914291-56-9
Coédition avec le FRAC Bretagne (Rennes).



Na Primavera de 1998, aproveitando um pequeno escritório no Centro James Joyce em Dublin, eu copiei a maioria das capas e algumas páginas internas de traduções do Ulysses publicadas no mundo todo. Rapidamente realizadas para fins de documentação, estas fotocópias são repletas de ruídos (deslocamento do livro, a ampliação aleatória de um detalhe, a presença furtiva da mão, arranhões, etc) como tantos ornamentos adicionados à polifonia da obra. Finalmente, este projeto está agora acompanhado por um pensamento inimaginável na época: o tratamento dado aos livros como parte de sua digitalização selvagem.

http://www.sites.univ-rennes2.fr/arts-pratiques-poetiques/incertain-sens/fiche_lemercier_ulisses.htm

Some More Sonnet(s)

E3P1-13
Michalis Pichler
Some more sonnet(s)
Berlin: “greatest hits”, 2011.
500 ex.
[88] p.
29,7 x 21 cm
ISBN 978-3-86874-009-7
Em 1972, Ulises Carrión produziu seu primeiro livro de artista, “SONNET(S)”, que consiste em 44 variações de um soneto de Dante Gabriel Rosetti chamado “Heart’s Compass”. Usando a linguagem como material, Carrión reescreveu o poema de Rossetti na máquina de escrever, em versões um pouco diferentes.

Em 2009 Michalis Pichler, em uma abordagem similar, mas utilizando um computador, provavelmente no word ou open office, criou 44 novas variações e publicou o livro chamado “SOME MORE SONNET(S)”

In 1972, Ulises Carrión produced his first artist’s book “SONNET(S)” which consists of a 44 variations of a sonnet by Dante Gabriel Rosetti titled “Heart’s Compass”. Using the language like a material, Carrión writes Rossetti’s poem over and over again on a typewriter, in slightly different versions. This book today is considered Carrión’s first “artists book”, where he still uses language, but quite differently.

In 2009 Michalis Pichler, in a similar approach but using a computer, probably word or open office, created 44 new variations and published a book titled “SOME MORE SONNET(S)”. (via http://www.buypichler.com/sonnets-other-sonnets-0)

Uma resenha do livro, aqui: http://artzines.de/?p=3691#.VdUYnJe4JX8

Referência:
Gilbert, Annette (ed.). Reprint: Appropriation (&) Literature. Weisbaden: Lux Books, 2014, p. 517.

Poema pautado

E1P6-12

Paulo Bruscky
Poema pautado
[Recife :   Ed. do Autor],   2001.
[96] p. ;   21 x 14,5 x 1 cm.
Caderno pautado em branco.
Tiragem 10 exemplares, numerados e assinados.
Exemplar 8/10 assinado pelo autor.

Um caderno escolar comum, com uma etiqueta contendo o nome do autor e o título. Utilizando um procedimento típico da poesia visual e dos poemas objetos, baseados na associação inusitada entre texto e imagem, o livro não possui outro elemento além dos paratextos.

O trabalho remete ao famoso livro de poemas, o Primeiro Caderno do Aluno de Poesia Oswald de Andrade, escrito, ilustrado e publicado pelo poeta modernista de forma independente.